Em fórum empresarial, governador diz que Brasil precisa enfrentar os problemas de infraestrutura
O governador Antonio Anastasia apresentou, nesta sexta-feira (14/06), durante encontro com empresários e lideranças políticas, em Araxá, os desafios que o Brasil precisa enfrentar para crescer | Carlos Alberto / Imprensa MG
Diante de uma plateia de empresários e líderes políticos de Minas e do Brasil reunidos em Araxá, no Alto Paranaíba, para discutir os rumos de desenvolvimento do país, o governador Antonio Anastasia apresentou, nesta sexta-feira (14/06), os desafios que o Brasil precisa enfrentar para crescer. O evento Conexão Empresarial é promovido pelo grupo mineiro Viver Brasil.
Para o governador, um desenvolvimento próspero e sustentável só será possível se o país resolver seus gargalos, o que impõe necessariamente, segundo ele, enfrentar os grandes problemas de infraestrutura, melhorar a educação e profissionalizar e qualificar a gestão pública.
A primeira questão, segundo o governador, é resolver as demandas de infraestrutura. “É fundamental cortarmos esse nó górdio, desbaratar essa questão da infraestrutura, porque, do contrário, o aumento da nossa produção agrícola e a melhoria da produção industrial serão engargaladas, se é que podemos dizer assim, na hora do desenvolvimento e do escoamento dessa produção. E para fazê-lo vamos precisar do poder público”, ressaltou o governador, lembrando a questão da BR-381, de responsabilidade do Governo Federal, e que é um dos grandes traumas de Minas Gerais na questão rodoviária.
Para Anastasia, a infraestrutura, por si só, não resolverá os problema enfrentados atualmente se o Brasil não apostar e investir nos seus cidadãos, por meio de uma melhor capacitação do ser humano. “Temos de focar em educação, na preparação do capital humano para termos condições de, com a infraestrutura, com a melhoria da produtividade, oferecer opção de melhores empregos a nossa gente. O capital humano talvez seja o grande patrimônio de Minas Gerais, não só pelos nossos resultados espetaculares do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a presença das nossas universidades federais, pelas vitórias constantes nas Olimpíadas de Matemática, mas, fundamentalmente, por termos de fato, uma sensibilidade especial da educação em nosso Estado”, afirmou Anastasia.
O terceiro fator que vai impulsionar o desenvolvido do Brasil, segundo o governador, é uma gestão pública de qualidade. “A gestão não é o resultado, não é a finalidade. É o pressuposto e a base sobre a qual as políticas públicas vão ser erguidas. De nada valerão e restarão complemente debalde todos os esforços que nós fizermos para a melhoria das políticas públicas de educação, saúde, infraestrutura e segurança, se não houver uma gestão pública empreendedora, inovadora, corajosa, criativa e, fundamentalmente, baseada na eficiência. Esses três pressupostos me parecem que seriam a grande porta de entrada para um porvir mais brilhante”, destacou o governador.
O Caminho
Anastasia não se limitou, no entanto, a apenas enumerar os desafios a ser enfrentados, mas apresentou o caminho. Para o governador é preciso que o Brasil retome urgentemente a capacidade de planejar. É necessário, portanto, enumerar prioridades e definir como o onde se quer chegar.
“Aí, talvez, vamos tocar aonde, me parece, de todos os temas abordados, aquele que mais falta. Falta planejamento. No passado, quando a inflação comia não só o valor da moeda brasileira, mas, fundamentalmente, a esperança dos brasileiros, a função do planejamento, ao longo dos anos, foi sendo corroída, desmoralizada, deteriorada, esclerosada. E quando a moeda foi restabelecida na plenitude do seu vigor, nós não conseguimos voltar à prática do planejamento e o planejamento não foi objeto de preocupação dos governos em geral. Faltou e ainda está por fazer uma política vigorosa para identificarmos princípios, metas e resultados extremamente firmes, sabendo que os sacrifícios feitos agora, vão render frutos lá adiante”, defendeu Anastasia.
O governador lembrou que Minas tem buscado enfrentar seus desafios e também os esforços feitos pelo Governo do Estado nos últimos anos e os resultados que a política de gestão pública, com investimentos em projetos de infraestrutura e melhoria da educação, alcançou. No entanto, reconheceu que os desafios são constantes e ainda é preciso avançar. “Temos indicadores econômicos que são robustos. Todavia, esses indicadores não podem por si só nos levar a repousar em um berço esplêndido, acreditando que não temos problemas. Ao contrário, temos muitos desafios. E é exatamente o momento que vivemos, em razão desses desafios e dessas agruras, que temos que ser mais criativos e mais inteligentes. E imaginar qual será a necessidade fundamental e imprescindível do Estado, qual seja agregar valor aos nossos produtos”, afirmou.
Anastasia, por fim, voltou a defender a descentralização de recursos no país, por meio de um novo pacto federativo, que permita que Estados e municípios retomem sua capacidade de investimentos, atendendo melhor, dessa forma, os anseios da sociedade.
“A Federação Brasileira precisa ser modificada. Essa modificação passa pelo pressuposto da descentralização. Os Estados têm que confiar mais nos municípios, porque o município está mais próximo do problema, resolve o problema melhor e mais rápido, mais barato e com mais eficiência do que o Estado. Nos últimos anos, nota-se essa necessidade de um processo de descentralização e o governo federal já adotou diversas medidas nesse sentido, mas ainda, talvez, não a uma velocidade que nós desejamos, Mais do que isso, ainda não sob um pálio, ainda não sob a égide de um pano claro que defina as competências de cada ente e que nós saibamos como podemos agir”, explicou.
Participaram ainda da mesa de debate o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Matheus Cotta de Carvalho, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o coordenador do Movimento Brasil Eficiente, professor Paulo Rabello de Castro, e os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e da Agricultura, Antonio Andrade.
via Agência Minas